CAPACITAÇÃO
Imagens melhores para mapas mentais
Um critério para escolher imagens que aumentam a produtividade da
leitura
Uma das etapas da elaboração de um mapa mental é a ilustração.
Bem, pode ser, porque nem sempre decidimos ilustrar, nem sempre temos as imagens de que precisamos, nem
sempre podemos ou sabemos produzi-las, nem sempre dá tempo de ilustrar.
Em ilustrando, uma imagem tem um grau de qualidade. O aspecto relacionado
à qualidade de imagens
de que vamos falar aqui é a legibilidade de uma imagem. Pode soar
estranha essa palavra aplicada a imagens, mas vamos mostrar aqui que certas
imagens são mais apropriadas para mapas mentais, porque impactam a
produtividade da leitura.
Por Virgílio Vasconcelos Vilela
Desenvolvedor do EasyMapper - Editor e webmaster dos sites www.MapasMentais.com.br,
www.MindMapShop.com.br,
www.Possibilidades.com.br
- Autor do e-livro Modelos e Métodos para Usar Mapas Mentais.
Contato:
virgiliovv@uol.com.br
O critério
Legibilidade
de imagens
A diretriz
Cuidados e
exceções
Flexibilidade
A primeira vez é diferente
O critério
Olhe as imagens abaixo, uma de cada vez:






Agora olhe estas, da mesma maneira:


Qual é uma diferença fundamental entre os dois grupos relacionada
à rapidez da compreensão da imagem, isto é, a apreensão de seu significado?
Volte ao primeiro grupo e procure responder à pergunta:
“Quantos olhares eu
tenho que dar à imagem para compreendê-la completamente?”
Talvez você tenha até passado mais rapidamente pelo segundo
conjunto. Embora não vamos aqui teorizar sobre percepção de imagens, o fato
prático é que certas imagens podem ser reconhecidas e interpretadas no primeiro
olhar, e outras requerem dois ou mais. Note que as imagens de “primeiro olhar”
são mais simples em termos de quantidade de elementos e mais definidas,
enquanto que as imagens de menor produtividade podem ter vários elementos,
cores difusas e por vezes são estruturadas, tendo níveis (como algo dentro
de outra coisa) ou cenários distintos, como a última do grupo 1.
Um caso particular interessante é a imagem estruturada mas
com padrões visuais, como a abaixo. Logo notamos que há algo repetido nela, o
que ajuda a montar o quadro de significado.

Como referências adicionais para sustentação do que dissemos
- algo exageradas, admitimos, mas entenda isso como um recurso didático -, olhe
as imagens abaixo e tente notar quantos olhares você precisa dar para
compreendê-las minimamente.

(Se você não conseguiu compreender totalmente a da esquerda,
não estranhe, é da categoria das ambigüidades visuais. A segunda é uma pintura
de Salvador Dali. Imagens do site www.Possibilidades.com.br).
Esclarecendo os olhares
Se para você ainda estiver algo abstrato o conceito de
múltiplos olhares, alguns experimentos simples vão sustentar melhor essa
ideia. Olhe em volta de você procurando por algo de cor amarela (se não
achar, escolha outra cor). Ao fazê-lo, procure notar como o faz:
essencialmente, você varre o ambiente procurando a cor; quando finalmente a
encontra, estabiliza o olhar e a atenção no objeto ou parte do objeto que tem
a cor procurada. Esse momento de estabilização é que caracteriza um olhar.
Agora procure por um objeto de cor verde que tenha algo
escrito. Você novamente vai procurar pela cor; quando encontrá-la, estabiliza
o foco de atenção no objeto e em seguida vê se há algo escrito nele;
encontrando, novamente estabiliza no escrito. Neste caso você teve que dar
pelo menos dois olhares para obter o resultado visado.
Imagens pequenas, com poucos detalhes e com formas bem
delineadas permitem que você as processe - reconheça e interprete - apenas
com o primeiro olhar, possivelmente usando a visão periférica. |
Legibilidade de imagens
Considerando-se que, por limitações de espaço, tendemos a por
imagens reduzidas em mapas mentais, é crítico para uma boa produtividade de
leitura e compreensão inserir imagens simples e diretas e que preservem essas
características quando em tamanho pequeno. Vamos nos referir a essas imagens
como mais ou menos legíveis.
Faça um teste dessas afirmações: olhe as figuras abaixo, propositalmente
pequenas, e veja quais você considera mais facilmente legíveis:

Note que são imagens que você já viu em tamanho maior, o que
deveria facilitar a sua leitura, mas provavelmente aconteceu com você que mesmo
assim ainda deve ter demorado mais em algumas.
Agora faça o mesmo teste de legibilidade com imagens novas:





A diretriz
Como nós, mapeadores, somos adeptos e buscadores da síntese,
nada melhor do que buscar sintetizar as ideias acima. A síntese tem a forma de
uma diretriz:
Ao ilustrar um mapa
mental, busque imagens mais legíveis.
Note que não dissemos "Use" mas sim "busque
imagens", e também não dissemos "busque imagens legíveis" e sim
"mais legíveis". Há um fundamento para isso: achar a imagem ideal nem
sempre é fácil; procuramos ser realistas, o fato de buscarmos não significa que
vamos encontrar. Haverá momentos em que teremos que nos contentar com o que
temos - se é que teremos algo. Mas ter um bom critério para seleção de imagens
pode aumentar a produtividade da etapa de ilustração porque teremos um filtro
para eliminar rapidamente muitas possibilidades. E se você produz suas próprias
imagens, também verá sua produtividade aumentada porque tenderá a fazer imagens
mais simples - mas ainda significativas - quando aplicar o critério.
Uma outra possível representação da diretriz, visual, segue
abaixo. As imagens simbolizam que um olhar implica em maior produtividade de
leitura. A propósito, o olho foi tirado de uma foto da Gisèle Bündchen. Apenas
como, é claro, recurso mnemônico.
Cuidados e exceções
Flexibilidade
Pode ser bom lembrar que critérios e diretrizes não são
leis, e ninguém é obrigado a aplicá-los. Haverá situações em que pode ser
melhor inserir uma imagem que impressione ou a melhor opção seja mesmo usar uma
imagem mais complexa. Por exemplo, em um mapa mental descritivo de
livros, no qual as principais ilustrações são as capas dos mesmos, inserir
miniaturas das capas será uma boa escolha. Em geral o efeito/resultado desejado será a principal referência, e o feedback da experiência fornecerá a
melhor sustentação para as escolhas feitas.
A primeira vez é diferente
Você certamente já
caminhou no escuro; como consegue isso? Que capacidade temos que ter para
podermos caminhar sem informação atualizada do ambiente? A resposta é que usamos
lembranças, imagens recuperadas de percepções anteriores do local. Se
este continua como nossas lembranças, nos orientarmos por elas será tranquilo;
quando houver coisas novas no caminho é que tropeçamos.
Algo semelhante ocorre quando lemos uma imagem. Se nos
lembramos dela com precisão, nem precisamos olhar para ela. Se falta algum
detalhe, olhamos o suficiente para completarmos a réplica mental da
imagem. Assim, o fato de uma imagem ser estruturada implica que da primeira
vez teremos que dar mais olhares, mas nas próximas isso pode não ser
necessário.
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